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domingo, 16 de setembro de 2012

distorcido



no front
o irmão desconhecido
trazia em seus ombros
o peso que acumulou
quando em terra de outros pisou
na incerteza da certeza de lutar
esqueceu que de carne era feito esse
na mente de quem acha que faz o
certo defendeu a vida que recebera
mesmo que tendo a terra manchar
alma apodrecida,consciência
distorcida e agora viver se
tornou um fardo 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Colono

Sua vida fora medida no peso
da enxada ,as marcas
simbolizam a luta que travou
e ainda travava,na neblina
do amanhecer na sombra que
escondia o chão já lavrado
do rosto pingava a agua salgada
que regava seu labor,o caminho já percorrido
que lhe trazia lembranças boas e ruins
no chapéu de palha maltratado pelo
sol ,nas botas pesadas pelo barro
acumulado no andar na terra banhada
por pingos passageiro do verão que
surgiam sem avisar,na testa a costa da mão
passada depois do termino de sua jornada.

domingo, 9 de setembro de 2012

Fantasma

   Puts,mesmo ficando cinco dias pensando é isso que posto,hahah pra falar a verdade nem tentei escrever algo legível não que já tenha conseguido então ,só to colocando mais empecilhos  nessa bagunça,valeu

jogado,abandonado
largado no canto da cela
o cadáver de um homem
com o pulsos ainda preso por
corrente,sobre sua face festejavam
baratas,ratos e vermes
que eram mastigados quando
este se irritava com o lamentar
do outro ainda de carne e sangue
que implorava por piedade
nessas horas brilhava em si
a superioridade pois não importava
o que poderia acontecer, sempre
permaneceria sorrindo,mas queria fugir
correr para o abismo ,jogar-se na agua
ser comprimido ao repousar no lama
sonho este talvez impossível,pois
 seu destino era assombrar aquele lugar
vagar em procura de diversão,apreciar
a imortalidade e a solidão de ser só.
 

Mesmice



Enquanto ficar a  correr
mais cedo perceberá
que não importa aonde for chegar
pois terminará sempre no mesmo lugar
é como rimar sem poder terminar
é como ninar sem ter que embalar
é chorar sem lacrimejar
é ser péssimo sem ao menos tentar
ficaremos por aqui enquanto
ainda ter pra colocar o café
nessa mesa que virou nossa batina 

É Domingo

velho preciso largar certos vícios


O menino cansado de brincar
resolveu que já era hora de ir  descansar
então para casa decidiu  voltar
mas na graça daquela praça
atrás da traça que na raça
brincava de dançar
o menino ficou a encantar
mas o tempo fechava e não queria ele se molhar
e no olhar de sua mãe ficou a tristeza
pois viu seu filho ser levado pelo mar 
que cuspia contra a cidade grandes
muralhas de fúria e pesar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Previsão

brincavam na beira
do rio dois meninos
que diziam ser guerreiros
de tempos antigos um
de alazão e outro com
seu fiel burro ,ambos apontavam
para o céu taquaras,que com
movimentos ondulares batiam uma na outra
em um confronto de comandantes
era tudo tão mágico que se deixaram
levar até o fim da tarde,mas vitimas
da imaginação fértil tornaram-se prisioneiro
de uma batalha real,no descuido escorreu
um dos meninos que sem saber nadar afundava
tendo o braço estendido do outro que tentava segurá-lo
então como dois reis que morrem um pela mão do outro
foram  desaparecendo entre folhas e galhos
naquela agua,cocoricó,o menino acorda do
pesadelo mas aos poucos esquece,e sai
para brincar com seu amigo que o espera de alazão

domingo, 2 de setembro de 2012

Partida

Aos suspiros lá vai ela
não consigo entender
o que se passou
quando ao despedir-se
abraçou-me forte demonstrando
o sentimento que achei não existir
me olhou saudosa ,feliz,o dia  estava
terminando com o barco anunciando
a partida,então tudo esclareceu
e a pequenos passos foi afastando-se, mantendo sua mão
sobre a minha ,até o momento que  meus dedos não sentiam os seus
talvez tudo aquilo fora culpa minha,quando a chamei para
caminhar no bosque pois era primavera ,e as árvores esbanjavam
o glamour das folhagens,e  nesse dia   sua mãe passou mal e morreu 
sem tê-la ao lado,também nunca entendi o por que de morreram tão afastado
da cidade se pelo menos naquele dia houvesse um vizinho ou viajante para
socorrê-la,hoje não a veria partir para morar com a tia,mulher muito
respeitada,por ser educada e estar sempre sorrindo,todos sabemos que seu
sorriso foi uma maneira de enfrentar a dura infância que tivera pois quando
com dez anos perdera a mãe e o pai em um acidente de carro,ficou ela e sua irmã
que agora deixara a filha aos seus cuidados,morando em um orfanato e o qual fugira pouco tempo depois
com sua irmã pois eram maltratadas e humilhadas pela dona que usava os órfãos para ganhar
seu remunerado.Hoje já fazem oito anos de sua partida e não consigo esquecê-la sento no porto
e sinto no vento que não a verei mais,me incomoda pensar que estou confinado a terminar os dias
olhando para toda essa agua que tem no reflexo a imagem de um sonho inútil,estou equivocado demais
ultimamente esqueci de como são as coisas preciso de um copo e um casaco mais quente pois o inverno
desse ano será rigoroso e assim não poderei sentar aqui para apreciar meu lamento.